DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA SARS-COV-2: RT-PCR E SOROLOGIA
Por Alessandro França - abril 24, 2020
Para o diagnóstico laboratorial a RT-PCR (Reverse Transcription Polymerase Chain Reaction) é considerado padrão-ouro para o diagnóstico do SARS-CoV-2, pois o método permite a confirmação dos casos de COVID-19, a partir do processamento do material genético do vírus. Nos infectados o teste de confirmação da COVID-19 levam cerca de 6 dias para a validação da amostra. Além disso, os testes rápidos estão sendo amplamente utilizados para o diagnóstico laboratorial da COVID-19, pois a utilização de anticorpos específicos confere uma grande sensibilidade.
Como dito anteriormente, o Gold Standard para o diagnóstico laboratorial é a RT-PCR. A técnica fornece a identificação do material genético do vírus. Como o SARS-CoV-2 é um vírus de RNA, antes da realização do processo de análise do material genético, faz necessário a utilização da reação da transcriptase reversa para converter o RNA em DNA e, em seguida a PCR processa a cadeia de nucleotídeo gerada. A RT-PCR amplifica o material genético para assim possibilitar sua análise e identificação. Contudo, há alguns fatores que podem interferir na sensibilidade dessa técnica, dificultando a interpretação do resultado, e assim, favorecendo a resultados falso-negativos ou falso-positivos.
Além disso, é evidente que a carga viral pode sofrer oscilações ao longo do tempo e, portanto, acaba influenciando na detecção do vírus pela técnica de RT-PCR. Não só esse, como outros fatores podem influir no resultado da RT-PCR, sendo necessário a coleta de diversas amostras de locais e períodos diferentes durante o decorrer da doença. Por isso, é essencial os cuidados na coleta da amostra e durante o processo da RT-PCR. Para que os laboratórios executem a RT-PCR, deve-se certificar dados com outros laboratórios de referência ligados a CGLAS (Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública), pois é fundamental para a validação dos resultados.
Após a aprovação pela ANVISA, por meio da resolução RDC n° 348, de março de 2020, a utilização dos testes rápidos aumentou, uma vez que a situação atual é considerada emergência de saúde pública. Os testes sorológicos, também conhecidos como testes rápidos, são empregados pela busca de anticorpos específicos produzidos pelo nosso organismo em resposta a infecção ou pela pesquisa de antígenos. Tendo em vista o tempo de janela imunológica, isto é, o tempo de produção dos anticorpos, os testes sorológicos são aplicados 10 dias após a apresentação dos sintomas da COVID-19 e, geralmente, as amostras solicitadas para a realização dos testes rápidos são o sangue total, soro ou plasma.
Dentre os anticorpos produzidos, as imunoglobulinas G e M são as mais utilizadas para a detecção da resposta imunológica da COVID-19, e foram utilizadas separadamente para a avaliação da doença. Entretanto, por apresentar uma melhor especificidade e sensibilidade maior (respectivamente, 91% e 89%), recentemente tem-se usado o imunoensaio combinando IgM-IgG. Os resultados obtidos desses e de outros testes sorológicos são dados valiosos diante da pandemia, o que torna sua aplicação ainda mais importante para a vigilância epidemiológica.
Portanto, tanto os testes sorológicos, quanto a RT-PCR, são utilizados para o diagnóstico laboratorial, sendo a RT-PCR padrão-ouro para o diagnóstico confirmatório da COVID-19. Embora os testes sorológicos não sejam confiáveis para a confirmação dos casos, sua contribuição para o diagnostico laboratorial é indispensável. Devido a alta especificidade desses métodos, a presença de resultados positivos se tornam para o diagnóstico de infecção pelo SARS-CoV-2.
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