O líquido cefalorraquidiano (LCR) é um fluido estéril de aspecto límpido e incolor, é responsável pela proteção mecânica do Sistema Nervoso Central, e está presente em suas cavidades.
Toda a cavidade do Sistema Nervoso Central (SNC) - cavidade crania e a cavidade da medula espinhal - está preenchida por cerca de 150 mililitros de líquido cefalorraquidiano e cerca de 1.700 mililitros pelo cérebro e pela medula espinhal.
Proteção mecânica e imunológica
Dentro do crânio, o cérebro está suspenso e flutuando no liquido. Por exemplo, se uma pessoa bater a cabeça numa parede, o líquido irá minimizar o impacto físico gerado pela força gravitacional, já que o líquido presente gera uma pressão significativa. O LCR também tem função de defesa do SNC contra agentes infecciosos, de remover
resíduos e de circular nutrientes.
Formação
Cerca de 500 mililitros de LCR é formado diariamente principalmente nos plexos coroides dos quatro ventrículos cerebrais. Pode ser formado nas superfícies ependimárias de todos os ventrículos e pelas membranas aracnoides e ainda, nos espaços perivasculares no cérebro. O que contribui para a formação do LCR é o transporte ativo de íons sódio pelas células no interior dos plexos, que por sua vez traz consigo íons cloreto para o líquido, e consequentemente ocorre o transporte de água para dentro dos plexos que constitui a secreção do LCR. Outros transportes levam glicose, íons potássio e bicarbonato para o LCR, onde há um pressão osmótica quase igual ao plasma sanguíneo.
Absorção
A absorção ocorre nas vilosidades aracnoides no interior do crânio para dentro dos seios venosos. Agrupamentos dessas vilosidades podem ser vistas macroscopicamente .
Pressão
A pressão normal do LCR é de 130 mm de água ou 10 mmHg onde pode variar de 65 a 195 mm de água numa pessoa normal sem patologias. A pressão é controlada pelas vilosidades aracnoides que funcionam como válvulas onde permite a saída o LCR através dos seios venosos para o sangue. Em situações patológicas as vilosidades podem ficar bloqueadas por tecido fibrosado ou por células sanguíneas, e assim, dificultando a absorção e por conseguinte podendo causar hipertensão liquórica.
Hipertensão liquórica
O aumento da pressão liquórica pode ocorrer por exemplo, na presença de um tumor cerebral, em hemorragias e em infecções nos Sistema Nervoso Central.
Medição da pressão liquórica
A medição é feita de forma simples, porém somente realizada por um médico. O paciente é deitado horizontalmente para que a pressão craniana seja igual a pressão do canal espinhal, posteriormente é introduzida a agulha no canal espinhal lombar que é conectada a um tubo de vidro vertical que é aberto no seu topo permitindo que o líquido suba pelo tubo, onde é feita a medição em mm de água.
O LCR pode ser coletado para realização de exames como por exemplo para a cultura microbiológica em casos de suspeita de infecção bacteriana no Sistema Nervoso Central.
Referências/fonte
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. 2006.
Créditos das Imagens: Capa/misteriosdocerebro - Ilustrativa/lusopt
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